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Bullying Virtual

 

Professores entrevistados dizem que o bullying virtual cada vez mais gera problemas na escola

 

O bullying virtual ocorre em meios eletrônicos, com  mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs, redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que os alunos dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara. Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. "O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). 

 

Esse tormento que é a agressão pela internet faz com que o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum. Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."

 

 

Uma pesquisa do Grupo Positivo divulgada pelo G1 mostrou que 73% dos professores das escolas que participaram do levantamento acreditam que o bullying virtual gera problemas de convivência em sala de aula. Entre os docentes, 64% dizem que percebem nas redes sociais as provocações e os insultos entre os alunos.

 

 

Os problemas causados por conta do bullying na internet ficam ainda piores quando os adolescentes envolvidos se encontram na escola. Entre os estudantes pesquisados, 16% afirmaram já terem sido vítimas de preconceito na internet, 23% dizem que já sofreram outros insultos e ofensas e 40% comentaram que sentiram medo de ir à escola por conta de situações iniciadas nos ambientes virtuais.

 

 

O Grupo Positivo comunicou que a pesquisa foi feita em 36 escolas particulares de 14 estados brasileiros, tendo recebido a participação de 4 mil alunos de 13 a 16 anos, 300 pais e 60 professores. Essa pesquisa ainda revelou que 95% dos alunos que participaram do levantamento são ativos na internet e 85% deles ficam pelo menos duas horas por dia conectados e utilizando as mais diversas redes sociais.

 

 

Não é possível dizer que a pesquisa retrata com precisão o cenário educacional brasileiro, mas podemos ter uma boa ideia de como o bullying virtual interfere no comportamento dos adolescentes. Há pesquisas que afirmam inclusive que, até 25 anos, a parte do cérebro que controla a nossa tomada de decisões ainda não está completamente formada, o que poderia explicar a impulsividade dos jovens ao praticar o bullying.

 

 

Como a escola pode auxiliar no processo de prevenção?

 

 

Para a escola, é mais um desafio tentar se envolver no processo de disciplinar o aluno para que o cyberbullying não aconteça fora do horário escolar. As escolas podem ser importantes mediadoras  no trabalho junto  aos pais, para alertá-los sobre como funcionam as situações de cyberbullying, tanto para o agressor quanto para a vítima. As escolas podem também  educar os alunos sobre a ética no mundo virtual, e promover ações focadas no  controle da impulsividade e gerenciamento do estresse. Com criatividade, as escolas podem desenvolver nos alunos a consciência de que o bullying virtual é um ato impulsivo e covarde.

 

 

 

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